Modos de Ver (Ways of Seeing) - John Berger, 1972 - Episódio 1.

A maneira como nós, observadores, vemos objetos, pinturas e o mundo é condicionada pelo hábito e pelas técnicas convencionais utilizadas. Inicialmente, o olho era o centro de tudo, mas esse tinha uma grande limitação por poder estar em apenas um lugar por vez. Contudo, a câmera, o "olho mecânico", rompeu essa limitação, possibilitando um acompanhamento de cenas em movimento e o controle do que se vê. A fotografia pode, portanto, ser vista em diversos tamanhos, diversas proporções e diversos lugares simultaneamente, contrastando, por exemplo, com as pinturas em igrejas que, por sua vez, têm uma limitação espacial muitas vezes proposital para que tenha uma dada significação no local em que elas se inserem. Nesse sentido, o significado pictórico pode, a partir do surgimento das câmeras, ser transmitido como uma informação por meio das imagens; porém, a significação pode ser multiplicada e o seu sentido original único, destruído. A experimentação da imagem, no entanto, distingue-se totalmente da experiência do contato direto com a pintura uma vez que a fotografia de uma obra de arte se torna facilmente manipulável com auxílio do som e do movimento. 

Diante dessa percepção sobre o documentário:
O aspecto móvel da fotografia pode distorcer o que ela retrata?
A informação transmitida pela imagem consegue se diferenciar de indivíduo para indivíduo?
Qual a finalidade da manipulação da imagem da pintura?

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